Dia 1° de Abril – Dia da Mentira.
Quem mente, engana a si mesmo.
Eu aprendi na infância e da pior forma, que cedo ou tarde a verdade sempre aparece, que é muito desconfortável quando isso acontece.
Lembro de quando eu vivia no encantado mundo da Titiça Lagartixa, apelido de infância.
E por estudar em uma escola com castelo, trem, animais e isso dava asas à minha imaginação. Lembro de “enfeitar” a realidade com pitadas de imaginação típica das crianças, contando que o trem nos levava para dentro de uma floresta (mas o trem não saia do lugar) e que além dos coelhos, tartarugas e pássaros que realmente existiam na escola, eu contava que na floresta também tinham leões, elefantes, cobras e muitas árvores e muito verde.
Eu não me lembro do contexto da “estória” que contei, mas me lembro que era rica em detalhes.
Contei para o amigo do meu tio, almoçando grão de bico, em um apartamento lindo de cortinas grandes e brancas. E lembro do cheiro da escola, da cara do amigo do meu tio me ouvindo com atenção e parecia estar entusiasmado me perguntando mais e mais da minha estorinha.
Ele estava sendo um adulto adorável e entrou no incrível mundo da Titiça.
Eu me lembro de me sentir tão feliz por ter alguém dando asas à minha imaginação, por ser ouvida, por ter alguém acreditando em mim, que posso sentir isso agora.
Naquele momento, tudo que eu estava imaginando era tão real que sinto meu coração acelerar e medo ao lembrar da bruxa no castelo.
A mente mente.
Porque o subconsciente não diferencia a imaginação da realidade. Logo, aquilo para mim foi real e ter alguém me incentivando, me trouxe uma enorme satisfação, inclusive porque eu estava me conectando com meu poder pessoal de Cocriação.
Então, como muitas crianças, devo ter repetido isso algumas vezes. Estímulo versos recompensa. Diz aí … Quem nunca?
Até que um dia, a recompensa não funcionou e teve efeito contrário do que eu esperava.
Eu entrava tão profundamente no mundo da imaginação que comecei a me perder na ilusão e sem conseguir ver a realidade.
Eu estava crescendo e meus colegas da mesma idade não acreditavam mais em contos de fadas, fantasia, magia. Alguns conheciam a escola da qual eu estava falando e sabiam que boa parte da minha história não era real.
E o que não é real e não é dito que é ficção é considerado uma mentira ou uma farsa.
Foi isso que eles tentaram me alertar, na intenção de que eu evitasse repetir e sou grata pelo aprendizado.
E foi quando voltei a ver a verdade.
Me senti mal ao perceber que todos sabiam que eu estava contando uma “mentira”, menos eu mesma, porque eu não considerava uma mentira, para mim, era minha obra de arte, eu não estava fazendo mal a ninguém, eu era uma criança me divertindo.
E até hoje acredito que não existe nenhum mal nisso e meu sonho é poder ensinar um pouco disso para as crianças.
Porque aquilo foi tão forte para mim, que eu ainda me lembro da fisionomia, dos gestos que vi e até de algumas palavras que ouvi naquele momento e olha que faz tempo rs. Lembro de ter ficado tão constrangida, envergonhada, culpada, insegura, desconcertada, triste e pior, eu vi o “Mundo Encantado da Titiça se desmoronar.
Ahhhh se naquele momento alguém tivesse me explicado a diferença entre mentira e criação lúdica… eu teria economizado alguns anos de terapia rs.
Pois naquele momento, comecei a acreditar nos meus colegas, também acreditei que minha história era uma mentira, pois até certo ponto eles estavam certos.
Mas eu não tinha falado que foi uma história criada por mim e nem eu sabia que precisava dizer.
Nessa perspectiva, naquele momento da infância, a ideia de que eu estava mentindo fazia muito sentido para mim.
E sem perceber, acabei bloqueando a minha habilidade de imaginação lúdico criativa.
E com a mente infantil, percebi a realidade naquela situação:
– Senti que eu comecei a acreditar na fantasia e que isso estava me impedindo de enxergar a realidade e pode ser considerado como uma mentira.
– A experiência me trouxe alguns benefícios temporários, mas não eram reais e pareciam não me servir mais.
– Me deparar com a realidade e a verdade doeu, mas perceber que eu estava acreditando na ilusão e sendo julgada como mentirosa doeu mais ainda
– Percebi que a mentira tem perna curta, até pq tempo tb é ilusão
– Quem mente não perceber, mas quase todo mundo vê a mentira- e que é constrangedor ser pega na mentira.
E lá na infância, cheguei a conclusão de que não compensava viver sozinha no mundo da Titiça, em busca de uma falsa felicidade, porque há essa altura, só eu acreditava naquela historia.
Não que a Titiça fosse uma criança mentirosa, mas posso garantir que essa experiência me tirou desse lugar e sou grata por isso.
E não quero dizer que a Titiça estava mentindo para o amigo do tio, ela estava vivendo o mundo das crianças, mas ao longo do tempo a história dela já não fazia mais sentido nem para ela mesma!
Por meio dessa experiência, meu subconsciente registrou que ninguém mais acreditaria em mim, aliás a partir daí comecei a pensar que nem eu poderia acreditar mais em mim.
Porque pra mim, toda aquela mentira era verdade e ainda é.
E por isso conclui:
Quem mente, engana a si mesmo!
Eu não via como certo ou errado, eu não queria enganar ninguém.
A minha intenção era ter atenção, ser vista e ouvida, ver a alegria no rosto das pessoas enquanto eu compartilhava algo que nos divertia.
Eu demorei muito para entender o quanto essa criação lúdica é importante para a vida humana na terra, de alguma forma muito inconsciente, eu já sabia desde criança que eu precisava da minha imaginação para criar a minha realidade, e essa era a verdadeira satisfação que eu buscava.
Há pouco tempo que estou resgatando essa fé em mim mesma. Graças a coragem que tive de olhar para essa e outras experiências por meio do ThetaHealing e tirar muitos aprendizados.
Um deles é de que eu não preciso me culpar, por achar ter enganado as pessoas com a história que criei, eu estava experimentando, como toda criança faz e considerar isso como mentira, pode bloquear a criatividade.
Sem falar que eu não enganei ninguém, rsrs.
Quem acreditou, entrou no meu mundo e ele existia para mim e para quem acreditou, só não era real. Quem não acreditou não foi enganado.
Isso também me trouxe mais conforto e aprendizado de que existe uma linha tênue entre ilusão e realidade e sou grata por perceber isso ainda criança, mesmo me culpando até certa idade, pois me possibilitou evitar mergulhar no mundo da fantasia e evitar que a mentira virasse parte da minha vida, mesmo sabendo que eu ainda me engano por meio de crenças inconscientes, mas para isso uso ThetaHealing®.
Aprendi a acolher quando me engano sem intenção de …
E aprendi a evitar enganar a mim e outras pessoas propositalmente.
Aprendi que posso ser feliz, posso ter alguém dando asas à minha imaginação, posso ser ouvida, posso ter alguém acreditando em mim, sem precisar me enganar e ainda posso criar o que eu quiser.
Pois quem mente, percebendo ou não, com ou sem intenção, por diversão ou prevenção, engana a si mesmo.
O que quero dizer com toda essa conversa, é que: podemos nos perder no encantado mundo da ilusão e nos acostumarmos tanto com esse universo, que talvez seja muito desafiador conseguir tirar esses véus e enxergar que o todos os outros percebem.
E até tentar convencer os outros do que não é real.
Quem está habituado a se enganar, acredita tanto na sua “verdade” que subestimam a consciência, inteligência e percepção de realidade de outras pessoas.
Quanto mais eu me enganava, menos eu vivia a vida real e a satisfação que eu adquirira me enganado, era uma ilusão curta e perigosa. Sim, mesmo para uma criança, se ela não aprendeu que criar é diferente de mentir. Pois ela pode se viciar na satisfação da auto enganação.
E desde então, minha busca tem sido pela mais alta verdade, acolhendo as ilusões que criei para aprender a criar a minha realidade de forma lúdica, porém consciente e da melhor maneira possível, para viver o encantado mundo do Aqui e agora da Patty.
E hoje eu deixo algumas perguntinha pra você:
- Qual a história que você vem contando para si ou para os outros e que talvez não seja 100% a realidade?
- Qual a ilusão que te traz satisfação? Para que ela está te servindo? O que você está aprendendo com ela?
- O que te motiva a mentir, por menor que seja essa mentirinha sem maldade? Qual a finalidade?
- De qual lugar você se engana e porque e com qual objetivo?
- Você quer viver a vida real com aceitação de si mesmo e quem sabe atrair isso dos outros ou prefere viver só no mundo da fantasia e porque?
- Como você interpreta tudo isso?
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E agradeço por ler até aqui!
Até breve.